Sem reticências







No dia 26 de Setembro participei da JUVES 2010 em São Bernardo do Campo/SP. Com o tema: " Mudanças climáticas e seus efeitos migratórios " os jovens escalabrinianos foram convidados à pensar um pouco mais sobre a verdade inconveniente do descaso com a natureza.
Falou-se em sustentabilidade, desastres naturais e migrações ... num mundo capitalista, onde se impera o lucro, o estilo de vida do consumismo tem agravado os desastres climáticos, que se tornaram cada vez mais freqüentes. Infelizmente não nos faltam exemplos, o noticiário exibe a natureza revirada, o sofrimento das vítimas, milhares de desabrigados, órfãos, tristeza, dor ...
O culpado? Toda uma sociedade que polui, desmata, usa e abusa dos recursos naturais como se eles fossem infindáveis.
Enquanto isso cada desastre deixa um rastro de vítimas, muitos já não tem mais a pátria pra retornar, porque foi literalmente por água abaixo ou se desmoronou junto com seus sonhos, são milhares de desalojados, inúmeras migrações forçadas.
Estavam presentes haitianos que sentiram a experiência da perda, narrando a dor de perder seus familiares no recente terremoto que resultou em 32 mil vítimas.
Quantas mais famílias serão destruídas? Quantos mais lágrimas terão que cair? Até quando a soberba economia se renderá ao dinheiro? ... já estamos atrasados, todos precisamos acordar para o uso sustentável, para o uso consciente, o que será das próximas gerações? O futuro se constrói no presente. Ou mudamos nosso modo de vida ou esta história não terá reticências.
Foi escolhida até uma música como hino por refletir bem o propósito do tema, a múscia é antiga, mas o apelo é atual:








NATUREZA, ESPELHO DE DEUS ♪

Eu sou a água dos rios das beiras da terra
A dar de beber as sedentas sementes
Eu sou a nascente, o cerrado e a serra

Eu sou o grito de dor da madeira ferida
A relva, a selva, a seiva da vida
Peão boiadeiro que o laço não erra
Eu sou o doce das frutas, a erva que amarga

O quarto de milha e o mangalarga
As águas revoltas são os prantos meus
Quem envenena meus mares, me queima e desmata
Me sangra sem pena, aos poucos me mata
Não vê que eu sou o espelho de Deus

Eu sou a natureza, indefesa, não me trate asim
Eu sou a aguia, a baleia e o angelim
Somos irmãos da terra, pedra, bicho, planta, gente, enfim
Pra que essa vida viva cuida bem de mim

Eu sou o sol das manhã sobre minhas campinas
O frio das neves, as claras colinas
Os pássaros livres, a sombra que resta
Eu sou o bicho do mato, a flor pantaneira

Eu sou a savana, a serpente, a palmeira
O cheiro do verde que vem da floresta
Sou cavaleiro do mundo, eu sou a boiada
Eu sou o estradeiro e o pó da estrada

Sou crença nos olhos dos homens ateus
Quem me devasta, me fere, me caça, me extingue
Me arranca as raizes não deixe que eu vive
Não pode se ver no espelho de Deus

Eu sou a natureza, indefesa, não me trate assim
Eu sou a aguia, a baleia e o angelim
Somos irmãos da terra, pedra, bicho, planta, gente, enfim
Pra que essa vida viva cuida bem de mim.


Vamos cuidar da natureza!





2 comentários:

  1. Realmente é a menina prodígio.
    Queria ter essa dádiva editorial que vc tem =)

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  2. Como jovens é nosso papel fazer a nossa parte E levar luz aos lugares escuros - levar esses pensamentos até pessoas cujas mentes não acompanham a necessidade da nossa "Pátria", o planeta Terra!

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