Sofia tentava de todos os modos
me levantar. O coração só chorava, só chorava. Já quis voltar no tempo, já quis
não existir mais, já quis tentar esquecer. Fácil falar, fácil aconselhar, fácil
apontar os erros para quem está de fora. Só quem tem o coração rasgado sabe sua
dor, as lágrimas caídas sabem bem de tudo isso.
- Vai passar, Sofia, eu sei. Só
preciso de tempo.
- Acho que ninguém nunca morreu
de amor, disse Sofia, me puxando para o parapeito da janela.
- Olha lá – continuo ela, - olha
lá embaixo, sob esse céu que ontem era cinza, as pessoas continuam andando,
continuam vivendo apesar dos desamores, apesar
dos desencantos. Elas sabem que é Deus que fez o céu mudar de cor, elas
sabem que assim como os dias se renovam o coração em cacos delas também se regenerará.
BRITO, Emilly
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