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Estava apressada arrumando-me para sair. Abro a porta preta do guarda-roupa novo em busca dos brincos de maçãs. Ao fundo, as linhas de branco tracejado encapava meu livro preferido. Sempre ali à vista, e mesmo em correria, como hoje, o avistaria fácil.
O livro é uma auto biografia de Valéria, uma HIV+, que depois de uma viagem e sexo sem proteção torna-se portadora do vírus da AIDS aos 16 anos. E mesmo com tantas dificuldades e preconceito que enfrentara, a narração em primeira pessoa é de forma simplesmente normal, como eu e como você, uma história de amor a vida, de esperança, de amor próprio e de lições em magníficos tons coloquiais.
Cada abrir daquela porta, a linha tracejada, me lembra do quanto devo valorizar a minha vida. Uma piscada ao espelho, ajeito a barra do vestido, passo a mão sobre os cabelos. Dei um tchau mental à Val e parti.
Hoje eu quero dançar. Dançar descalça, em frente ao mar. Desci as escadas que nem boba, cantando.
Viver é sublime.
Emilly Brito
Aos curiosos e interessados, o livro chama-se
DEPOIS DAQUELA VIAGEM, de Valéria Piassa Polizzi
me contagiei com sua história desde a primeira leitura lá na 4ª série para um trabalho escolar, ela me deu lições para a vida inteira.
A Val além de guerreira, linda, exemplo é também blogueira.
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